"Estamos aqui só de passagem."

Gosto muito de um provérbio aborígene que diz “Somos todos visitantes deste tempo, deste lugar. Estamos aqui só de passagem. Nosso objetivo é observar, crescer e amar. E depois voltamos para casa”. Quanta coisa a gente pode refletir sobre esse provérbio, né? Lembrei dele por causa da semana passada. A gente passou pelo Dia dos Finados. O nome {aborígene} vem do latim e significa "habitantes originais". Aborígene é todo aquele que é nativo, próprio da região. Os aborígenes mais conhecidos no mundo são os australianos que teriam migrado da Ásia pra Austrália há 50 mil anos e eles são os humanos vivos mais antigos do planeta. Por que estou falando sobre os aborígenes? Andei lendo sobre a origem da humanidade, culturas primitivas e como elas lidavam com a espiritualidade… e descobri que alguns povos lá na Antiguidade já falavam sobre reencarnação e até mesmo reverenciavam a vida pós-morte. A cultura aborígene australiana deixa claro que existe algo depois, assim como alguns povos das primeiras civilizações como, os egípcios, os xamãs, etc. Os egípcios acreditavam que a vida aqui na Terra era só uma etapa de uma jornada que continuaria depois da morte do corpo físico. As pessoas eram colocadas em tumbas espaçosas depois de mortas porque junto com elas iam todos os bens materiais que elas pudessem usar depois. A primeira religião do mundo que se tem conhecimento foi o zoroastrismo do profeta Zoroastro na Pérsia no século VI a.C. Eles são dualistas e acreditam que quando as pessoas deixam este mundo elas vão viver no céu ou inferno. Ainda existem cerca de 100 mil adeptos do zoroastrismo atualmente no Irã. Depois veio o xamanismo. Os xamãs, antes dos budistas e dos hindus, já cultuavam seus deuses ligados à natureza, muitos relacionados aos animais e diziam ‘visitar’ o mundo dos espíritos. O budismo e o hinduísmo também naquela época já falavam sobre a reencarnação. Enfim, quis falar um pouquinho sobre as primeiras religiões pra gente ficar mais tranquilo em relação ao que possivelmente pode ser a grande verdade. Afinal, a maior parte dos caminhos levam a uma única verdade. A gente ainda é primitivo e, por isso, vive brigando pra tentar provar qual caminho é melhor. O que eu estou tentando dizer é que desde o século VI a.C. uma parte significativa dos habitantes do planeta acreditava que a vida segue em algum outro lugar depois da morte e que a reencarnação existe. Uns por pura intuição e outros porque já passaram por alguma experiência que serviu como prova de que existe algo depois. Portanto, queridxs, se vocês perderam alguém acalmem seus corações. Tenho fé que vou reencontrar as pessoas que perdi mais adiante em algum outro lugar que não aqui. É nessas horas que o desapego dos budistas pode salvar a gente. Ninguém perde ninguém pra sempre... lembrando que ninguém pertence a ninguém. Um dia a gente vai rever toda aquela gente que fez parte da nossa caminhada desde a primeira vez que a gente encarnou aqui na Terra. A gente também vai reencontrar as consciências da nossa família cósmica e entrar em contato com espíritos iluminados conforme a nossa evolução. A gente não pode se esquecer que, de acordo com o nosso merecimento, cada um é uma alma livre no universo. Um dia a gente vai poder escolher uma morada diferente, quem sabe até uma outra constelação ou galáxia! Mas por enquanto nosso trabalho é aqui na Terra. Espero que tenham gostado da filosofada dessa semana. Estamos ficando cada dia mais malucos por aqui. Pra quem nunca tinha lido minha coluna hoje foi um eita significativo. E, por falar em eita, já imaginaram os EUA existindo de boas sem o topetudo de aura cinza? Brincadeira! Deus me free de política! Mas o mundo precisava de uma coisa boa em 2020, néam? Boa semana pra todos nós!

Imagem: www.australiana.pl

Texto publicado no jornal {A Folha de Torres} no RS em 06/11/20.

Caroline Corrêa Westphalen

Psicóloga, Terapeuta Holística, Redatora e Colunista.

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