quinta-feira, 22 de abril de 2021

Você é você mesmo no seu relacionamento?



Hoje a gente vai conversar sobre uma coisa muito séria que tenho visto acontecer em alguns relacionamentos através dos meus atendimentos na terapia on-line. Tenho visto algumas pessoas com dificuldade de serem elas mesmas com seus parceiros. Às vezes, as pessoas acabam suprimindo suas essências pra manter um relacionamento ou até mesmo um casamento. Analisando suas histórias, a gente (terapeutas) consegue perceber que essas pessoas têm medo da solidão, principalmente, porque têm receio de serem abandonadas. Pra não ficarem sozinhas, elas acabam se engajando em um relacionamento, às vezes, supressivos e anulam boa parte de suas personalidades. Tudo do outro é como se fosse da personalidade delas, gostos, preferências e, em alguns casos, até a maneira de se vestir. Tem gente que passa anos vivendo quem o outro é e abafa o próprio self… até que um dia ele acaba pedindo socorro. Essas pessoas um dia começam a desenvolver um tipo de TOC ou TAG e se não procuram logo ajuda terapêutica a coisa toda vira depressão. O que fazer pra lidar com o medo da solidão e transformar solidão em solitude? A solidão é saudável pra quem se conhece melhor porque ela acaba se transformando em solitude. Mas pra que isso aconteça é preciso sentir que o momento de solidão é um tipo de espaço sagrado, um momento de dança com o aqui e agora, instantes de reverência à sua existência, é onde você consegue perceber faíscas de iluminação. No estado de solitude você tem contato com a sua divindade, pois todos nós somos divinos e deuses de nós mesmos. Você pode encontrar solitude em qualquer lugar porque ele é um estado de consciência. Pais ou mães que abandonam seus filhos, por exemplo, podem influenciar pra que a criança na vida adulta desenvolva medo da solidão devido ao abandono. Vamos ver a solitude e a solidão no tarô? O Eremita é o arquétipo que representa a solitude, já a solidão é representada pelo Sacerdote ou o Papa. O Eremita vive sozinho nas montanhas, mas nunca se sente só porque ele silencia e consegue perceber quem ele é. Ele já fez muitas viagens pra dentro de si mesmo e tem noção da sua grandeza. O Sacerdote ou o Papa mesmo em meio à multidão de seus seguidores religiosos se sente só porque o sacerdócio é uma Via Sacra. Aquele que faz um sacrifício, faz um caminho solitário. Os pacientes que chegam com influências do arquétipo do Sacerdote no consultório acabam passando por uma transformação tão interessante depois de um processo de terapia que eles começam a viver de um outro jeito, um jeito menos complicado e, portanto, mais tranquilo. A solidão é um dos maiores desafios pra essas pessoas, mas, depois de um tempo contando suas histórias e falando de si, a maioria compreende a importância de se conhecer melhor e logo percebem que a completude está nelas mesmas. E quando elas têm esse insight descobrem que podem ser muito mais felizes. Muitas partem pra um processo de autoconhecimento dentro de um contexto de solitude por um período e depois saem em busca de parceiros diferentes dos que elas tinham antes. Quando a gente consegue ter a liberdade de ser quem a gente é, nossa autoestima e nossa saúde mental agradecem. Boa semana pra todos nós e até a próxima!


Imagem: A moda dos emojis - www.wordpress.com



Texto publicado no jornal 'A Folha de Torres' no RS em 07/05/21.



Caroline Corrêa Westphalen

Psicóloga, Terapeuta Holística, Redatora e Colunista.

CRP 07/19777 | CRTH 0345

Consultório / WhatsApp 11 965844075


Serviços:

www.ca-works.blogspot.com.br



 



quarta-feira, 7 de abril de 2021

Por que você existe?





Hoje vou trazer pra vocês uma aula muito louca! Eu me inscrevi num curso de 4 semanas sobre o Existencialismo Político na Universidade de Princeton em New Jersey nos EUA e já consegui fazer algumas anotações sobre o primeiro momento do curso. Jeff Bezos, dono da Amazon, estudou lá, então, deve ser uma universidade maneira. Achei importante trazer esse assunto pra vocês porque o existencialismo tem a ver com a nossa busca por sentido e significado em relação a tudo que existe e, também, com as nossas ações e atitudes existenciais diante de um mundo absurdo que nos traz ansiedade, desespero e, às vezes, alienação. O filósofo Sören Kierkegaard foi considerado o pai do existencialismo no início do Século XIX. Ele dizia que cada pessoa deveria ser responsável por dar significado à sua própria vida e que cada um deveria viver de forma sincera e apaixonada de acordo com o que acredita. O existencialismo se tornou mais eminente depois das grandes guerras mundiais como forma de reafirmar e reivindicar a individualidade humana e sua liberdade. Os filósofos mais importantes desse movimento foram Sören Kierkegaard, Karl Jaspers, Jean-Paul Sartre, Martin Heidegger, Friedrich Nietzsche e Edmund Husserl. Os escritores mais conhecidos do existencialismo foram Albert Camus, Franz Kafka, Rainer Maria Rilke, Thomas Eliot, Herman Hesse, Jack Kerouac e Fernando Pessoa. Pra quem gosta de filmes existencialistas segue uma lista de diretores com tendências ao existencialismo: Ingmar Bergman, François Truffaut, Jean-Luc Godard, Akira Kurosawa, Stanley Kubrick e Christopher Nolan. Segundo alguns sociólogos, existem 4 grupos de seres humanos: os biológicos que se motivam pelas evoluções, os econômicos que são motivados pelo material-custo-benefício, os sociológicos que se interessam pelas identidades e os psicológicos que são movidos pelas emoções. De acordo com cada tipo de busca ou motivação, a gente tem uma infinidade de questionamentos. A filosofia de vida existencialista questiona tudo, pois ela é a ovelha negra das filosofias. Os existencialistas buscam o sentido da vida, da morte, da alegria, da tristeza e essa busca é infinita. O existencialismo é uma colcha de retalhos e o que o torna mais atraente do que aterrorizante é a sua fenomenologia, pois ele interroga, vasculha, perscruta e mergulha em tudo de forma profunda. Esse movimento questionador instrui sobre o significado de viver humanamente. Ele joga pra gente uma série de perguntas como... O que é a verdade? O que existe entre e além do bem e do mal? Deus existe? Devemos buscar felicidade? Por que procriar? O amor é tudo o que precisamos? O que nos une e o que nos separa? O que é a morte? Enfim, o existencialismo não vai responder essas questões, mas sim discutir sobre elas. Uma boa maneira pra tentar entender as coisas e o mundo é ter como hábito o questionamento profundo. Por exemplo, o existencialismo, junto à psicologia e à espiritualidade, pode nos ajudar a entender melhor quem somos nós, o que viemos fazer aqui e pra onde vamos depois. Afinal, já estamos vivenciando o paradigma holístico no qual os saberes devem conversar entre si e essa cooperação entre os conhecimentos é que vai tornar o mundo um lugar melhor. Olha só que interessante esse assunto e quantos autores geniais pra vocês pesquisarem! Seguimos com os atendimentos on-line de Psicoterapia, Terapia com Florais de Bach e Tarot (Waite, Junguiano e Egípcio). Agendem seus horários com antecedência. Boa semana e até a próxima!


Imagem: Site Freepik


Texto a ser publicado no jornal 'A Folha de Torres' no RS em 09/04/21.



Caroline Corrêa Westphalen

Psicóloga, Terapeuta Holística, Redatora e Colunista.

CRP 07/19777 | CRTH 0345

Consultório / WhatsApp 11 965844075


Serviços:

www.ca-works.blogspot.com.br

Tarot & Psicologia

De vez em quando alguém me pergunta: "Por que você também trabalha com tarot se você é psicóloga?" Vou aproveitar a coluna desta q...